6 de mar. de 2019

Palavrão

A saudosa Dercy Gonçalves descobriu no palavrão uma forma de se destacar, que acabou contribuindo para que ela ficasse em evidência até o último dos seus dias. A verdade é essa! Creio mesmo que se ela se comportasse feito uma daminha da arte, ela teria caído no ostracismo rapidinho. O Brasil valoriza muito pouco a sua prata da casa. Para a Dercy, o palavrão funcionava como ferramenta de trabalho.

Eu tive um professor de retórica, que dizia que o palavrão é  a expressão mais sincera do indivíduo, ou seja, quando a pessoa dá uma topada na pedra e solta um puta que pariu, ela descarrega naquele momento toda a sua raiva, que até contribui no alívio da dor. Dá pra imaginar alguém dando uma topada na pedra e dizendo ai, meu Deus! Não dá!

Jô Soares cansa de dizer em suas entrevistas que o palavrão está na maldade de quem ouve, não de quem fala.

Danuza Leão, em suas dicas de etiqueta, sempre defende que o palavrão pode soar como música ou grosseria, dependendo de como ele é colocado. Na boca de uns soa como música, na boca de outros soa como baixaria.

O ato de falar palavrão não nos torna uma pessoa vulgar, desde que a gente saiba empregá-lo dentro de um contexto, o que é bem diferente daquelas criaturas que, numa frase de 8 palavras usam 10 palavrões, entende?

Na minha vida prática, eu falo palavrão sem dó, nem piedade. Agora, na internet, é muito difícil eu postar um palavrão, porque eu não encontro na escrita, na maioria das vezes, a emoção que um palavrão bem dado pede. Também evito falar palavrão diante de autoridades e pessoas mais velhas, pela questão da formalidade. Para se falar um palavrão, a gente tem que estar bem à vontade, não é mesmo?

Enfim, as pessoas dizem muito mais sobre elas quando não falam nada, não é verdade? As que falam palavrão, também! Como eu comentei antes, tem que saber colocá-lo, usá-lo no momento certo!

Agora, um foda-se bem dado será libertador... sempre!

Um abração!

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