Quanto mais boazinha é a pessoa, pior ela é! Eu sempre
acreditei nisso e sempre comento nas redes sociais. Não há nada mais
insuportável que as pessoas inhas – boazinhas, fofinhas, lindinhas,
amiguinhas... Você gosta de pessoas inhas? Eu não! Eu gosto de pessoas
autênticas,que são o que são e ponto final. Ao contrário das pessoas inhas, que
vivem, o tempo todo, fingindo.
A nossa cultura nos ensina, desde cedo, que devemos ser pessoas
altruístas, pensar no próximo, agradar o próximo, não magoar o próximo...
Gente, é claro que ninguém suporta conviver com pessoas estúpidas e grosseiras,
não é isso que eu quero dizer. Me refiro
ao fato de que a nossa cultura não impõe a autenticidade e a franqueza
necessária para o bom convívio em
sociedade, ou seja, não cultuamos o hábito da verdade. E isso gera conflitos,
inúmeros conflitos.
As pessoas sinceras dão referências das suas verdades – o que
elas pensam, como elas pensam, o que elas gostam... Essas pessoas são muito
mais confiáveis do que aquelas que estão sempre fazendo o papel de lindinhas, é
ou não é? Se você for se aconselhar com alguém, você vai optar por quem diz a
verdade ou por quem diz o que você quer ouvir? Se a sua resposta for a segunda
opção, você não quer ouvir nada, você quer continuar a viver na ilusão.
A sinceridade em nossa sociedade, portanto, muitas vezes é
vista como falta de educação, enquanto a falsidade, tudo bem! Ou você nunca
usou de falsidade com ninguém? Ah, vá!!!!! E quando aquela amiga cortou o
cabelo, que ficou um horror, e você disse que estava lindo o corte, você foi uma pessoa
verdadeira com essa amiga? Uma coisa é a amiga cortar o cabelo, ficar um
horror, mas ela ter gostado e não ter te perguntado nada. Ok, ela se banca,
vive para si e não para os outros. Mas se ela pergunta, aí ela te dá o direito
de você opinar, e se você dá a sua opinião e ela se ofende, ora, ora, não deveria
ter perguntado, não é mesmo?
É fato que pessoas negativas o tempo todo, não são nada
agradáveis. E isso também não quer dizer que elas sejam autênticas e
verdadeiras. A sinceridade não é confronto,
é exposição de ideia.
Certa feita, uma vendedora chegou ao meu ambiente de
trabalho vestindo uma combinação de roupas que estava um desastre. Aliás,
quando ela chegou na empresa, os olhares se voltaram para ela, que era até uma
moça bonita, de presença, não pelo seu encanto, mas pela maneira desastrosa
como estava vestida. Eu estava lá, quietinha no meu canto, mas como um imã,
ela veio na minha direção e perguntou: E aí, Monique, como eu estou hoje? Putz,
logo pra mim a pergunta? Pensei. Mas ela perguntou. E quem pergunta
quer ouvir uma reposta, certo? Eu disse a ela: Fulana, sinceramente, eu não
gostei, não. E eu estou dizendo isso porque sou sua amiga! - Ela não falou nada,
saiu da minha sala, fingiu que estava tudo bem, até que lá pelas tantas, ela
voltou e disse não ter gostado do meu sapato. Eu entendi a revolta! Mas
devolvi: Fulana, ok você não gostar do meu sapato, não tem problema, mas não
vou deixar de usá-lo, porque pra mim, ele está ok. Agora, se você não queria
ouvir críticas sobre a sua roupa, não deveria ter me perrguntado, porque eu fui
sincera e quero te ver bonita, mas se você não concorda, ok! Moral da
história: ela nunca mais apareceu com aquela roupa na empresa. E é claro também,
que ela nunca mais me pediu opinião alguma, como também não dei, porque usar de
sinceridade é uma coisa, ser enxerida é outra.
Mas eu tenho um amigo também, que numa época estava
desenvolvendo um tipo de atividade, e sempre perguntava a minha opinião, e eu
sempre fui sincera quando necessário. Tanto que não era incomum ele perguntar,
em tom irônico, em qual grau de acidez eu estava naquele dia, ou quantos limões eu
havido chupado no café da manhã, antes de começarmos os nossos debates. E sabe
qual foi a moral da história nesse caso? Ele galgou e venceu. E mesmo hoje, apesar dos
debates não serem constantes, ele ainda procura os meus conselhos. Da mesma forma, que ele é bem sincero comigo, quando precisa ser, e
está tudo ok! Isso se chama amizade sincera, realista, não ideal!
O sentimentalismo é uma característica de como devem, ou
deveriam, ser as coisas, o modo ideal. O que foge ao modo ideal, cai no drama,
no sentimentalismo. A praticidade, ao contrário, é a busca da verdade, da
sinceridade. E pessoas que são muito inhas, que estão bancando sempre o papel
da sofredora, da mártir, daquela se mata por Deus e o mundo para ver o bem da
humanidade, acima de tudo, são pessoas que vivem fora do padrão da realidade,
fingem ser o que não são. Por isso, não é incomum a gente constatar no dia a
dia muitas máscaras caírem, é ou não é?
Um abraço sincero!
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