4 de out. de 2010

Os resultados das urnas

Nunca acompanhei as eleições tão de perto. E confesso que não foi uma das minhas melhores experiências. Primeiro, porque alguns "encheram o meu saco" enquanto puderam, só porque eu emitia as minhas impressões pessoais sobre determinados candidatos (sim, porque o poder do marketing ainda não foi capaz de me convencer de que esse ou aquele são bonitinhos e bonzinhos, e que o país com eles será um Brasil melhor).

Em seguida, veio a minha indecisão quanto a algumas vagas e candidatos que deveria (em tese) escolher. Não gosto dessa ideia, porque votar, p/mim, é a reafirmação de que estou de acordo com trabalho e atuação desse ou daquele. Inovei, votei em legenda.

Acompanhei em tempo real a apuração das eleições e fui fazendo as atualizações no meu blog Transparência Nova Friburgo. Se soubesse que ia dar tremendo trabalho, talvez não teria tido essa ideia. Mas todo o esforço e empenho valeram a pena. O blog bombou em número de visitas diárias. Mas reforço que o preço pago foi bem alto. Hoje estou como se tivesse vindo de uma guerra.

Nova Friburgo elegeu Glauber, para deputado federal, e Rogério Cabral se reelegeu para a ALERJ. Bom negócio para a região. Continuaremos a ter representatividade. Glauber mostra que veio para a política, de fato, não está para brincadeira não. Quanto ao Rogério, confesso que não parei para pensar.

Os demais candidatos friburguenses não chegaram a pontuar 10 mil votos. Verly, Jamila e Edson Flávio chegaram próximos, enquanto Renato Abi-Ramia ficou mesmo na casa dos 6 mil. Mas confesso que me surpreendi um pouco.

Sobre os candidatos friburguenses à ALERJ, Helinho me surpreendeu com mais de 13.000 votos. Vir como candidato de um prefeito que prometeu um trem extraordinário, e ainda assim conseguir mais de 13.000, mostra que o governo HBM não está sendo tão rejeitado assim. Logo em seguida, na 3ª posição, o candidato Marcos Medeiros não conseguiu repetir o mesmo feito histórico quando eleito o vereador mais votado da região. Significa que o povo daqui entendeu que não basta só filmar tragédia, é preciso que se busque soluções para evitá-las, contê-las, amenizá-las.

Olney conseguiu eleger Lindberg, mas não conseguiu eleger Luciano, que foi o nome lançado em substituição ao nome de Olney, nos 45 do 2º tempo.

Paulo Azevedo aposentou a sua carreira política, com os 7.479 votos. Bem, se ele não pretendia se aposentar da vida pública, o povo o aposentou.

Ricardo Figueira e Professor Raul tiveram votos inexpressivos. Considero que o Ricardo pode ir longe na vida pública, se ele começar pela vereança, e assim, ir aprendendo o traquejo político. Professor Raul, na minha opinião, deve mesmo ter vindo para cumprir tabela, porque fiquei tomando conhecimento de sua candidatura quando vi um santinho seu na internet, fora isso...mais nada.

Para o Senado, Lindberg e Crivella se elegeram. E Lindberg contou com o prestígio e a credibilidade de Olney, que se despede da ALERJ, para se tornar 1º suplente do senador eleito.

Sinceramente, embora tenha grande admiração pelo Olney, não aprovei essa aliança. O passado de Lindberg o condena...e muito. E em Friburgo, não tenho dúvidas, muita gente votou em Olney, não em Lindberg, porque o comentário é que Lindberg sairá do senado para assumir algum cargo de confiança, e Nova Friburgo terá um Senador. Olney é maior que isso, e a meu ver, não tinha necessidade de ingressar no Congresso pelas portas de fundo. Me perdoe quem não concorda, mas é a avaliação que faço.

Para a Presidência, Marina deu uma rasteira em todas as pesquisas. Aliás, eu sempre comento que não acredito em pesquisas. Acredito no resultado das urnas. Mais uma vez, eu não me equivoquei.

Aliás, o próprio PT deveria processar os institutos de pesquisa, porque até a festa que estava programada para ontem em Brasília, obviamente, foi cancelada.

Embora publicamente eu esteja declarando meu voto ao Serra, considero que não será um caminho fácil até dia 31, para os tucanos não, porque Dilma venceu em 18 estados e Serra foi bem auxiliado pela Marina, logo, se Marina não apoiar o Serra no 2º turno, a coisa pode se complicar para os tucanos. Mas enfim, nem por isso vou mudar meu voto. Voto Serra 45, por que considero o seu programa de governo, o melhor para o país.

Aliás, falando em programa de governo, a única coisa implementada pelo governo Lula foi o Fome Zero, que morreu de fome. No mais, o Plano Real, a assistência social, como exemplos, antecedem ao seu governo. Ele deu continuidade e ampliou (não podemos tirar esse mérito dele), mas da cabecinha do PT não saiu.

Agora entendo que precisamos de um bom gestor para esse país. Genéricos para os defensivos agrícolas (porque as multinacionais faturam alto em cima dos agricultores); a implementação dos remédios no Bolsa Família (porque remédio no Brasil é muito caro); remédios gratuitos para os diabéticos, assim como o cocktail do vírus da AIDS, que é distribuído gratuitamente (quem tem um parente diabético, como eu tenho meu pai, sabe o quanto se gasta); salário mínimo 600 (e não 538, que foi o teto prometido pela Dilma); preocupação com o meio ambiente (o que inclui também os animais); combate a esse mal, que são as drogas; combate ao "loteamento político", o que considero um dos projetos mais importantes etc etc.

No entanto, o povo é soberano e decide. Qualquer que seja o resultado, mesmo que dele discordemos, o respeito é sabedoria democrática.

Outras considerações sobre as eleições

Tiririca foi eleito deputado federal com a maior votação do país. Trata-se de um fenômeno a ser cuidadosamente analisado pelos cientistas políticos. Carisma vencendo a competência? Sim, porque o Tiririca pode ser engraçado, falar a linguagem que o povo fala, mas daí a receber a incumbência de propor projetos para o EStado de SP vai um abismo intelectual. E não adianta depois os paulistas reclamarem de falta de infraestrutura aqui e ali, se colocaram lá uma pessoa que nem sabe o que é infraestrutura.

Garotinho foi o 2º mais votado do país, e 1º lugar no estado do RJ. Sua filha Clarissa foi uma das mais votadas para a ALERJ, o que comprova que o povo reconhece o assistencialismo (no bom sentido) prestado pela família, como os restaurantes e medicamentos populares.

Cabral se reelegeu. O estado do RJ vai passar mais 4 anos à base de promessas.

Enfim, bom já termos vencido uma etapa. Pelo menos não teremos mais carro-de-som em nossos ouvidos, nem cavaletes pelo passeio.

Agora é só Dilma e Serra.

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