14 de ago. de 2016

Aprender a aprender

Não sei se é  em toda a Europa, mas em alguns lugares, pelo menos, o ensino fundamental não é tal qual o nosso, com  carteiras enfileiradas, quadro e um professor para ensinar a lição do dia. Na Europa, em uma sala, há crianças de várias séries que se reúnem em grupinhos e cada criança tem um cronograma a seguir. Por exemplo: Eu, Monique, estou na 4ª série e nesse mês eu terei que fazer tantas matérias e tantos assuntos. A partir desse organograma, eu faço a minha grade e vou estudar sobre o assunto por conta própria. E se eu tiver alguma dúvida? Aí eu pergunto a um dos coleguinhas que dividem a mesa comigo. Se alguém souber, ok, se ninguém da mesa souber, eu chamo a professora (em cada sala multisseriada tem umas duas profissionais), que me esclarecerá as dúvidas. Para simplificar, digamos que eu tenha resolvido estudar 'quem descobriu o Brasil?'. Eu vou pegar a matéria e vou pesquisar sobre o tema. Eu não vou contar com um professor ensinando a lição, apenas esclarecendo as dúvidas, se for o caso.


Particularmente, ao tomar conhecimento, eu achei muito interessante esse método que  leva a criança a buscar sobre o assunto, 'correr atrás', e não ser 'adestrada' por um professor que chega em sala de aula, rabisca um monte de coisa no quadro, nos faz copiar e no final do mês, a gente tem que fazer a temida prova, com base naquilo que nos foi enfiado goela abaixo. Nunca concordei com isso!

Eu não aprendo nada por obrigação. Matemática, por exemplo, eu só aprendi um pouquinho com um professor, que não era aquele tipo 'ser superior', mas era um sujeito que, sem se preocupar em dar nota, nos levava a aprender. Mas de qualquer forma, na minha vida prática, eu optei por deletar matemática, física e mais alguns assuntos, porque me foram impostos e nunca estimulados.

As escolas precisam preparar os estudantes para  a vida e não para, simplesmente, passarem no vestibular, enem, ou sei lá.

E aí você pode estar em dúvida sobre qual o melhor método - o europeu ou o brasileiro? O primeiro, claro, porque aquela criança que teve que pesquisar e procurar saber sobre o descobrimento do Brasil, quando mais tarde indagado sobre o assunto, terá embasamento para discuti-lo; enquanto no método brasileiro, a pessoa, simplesmente, vai repetir, feito papagaio, aquilo que aprendeu em sala de aula, através de um professor, que não ensinou a pescar, mas já deu o peixe direto.

Na época de colégio, confesso, fui obrigada a decorar sobre carboidrato, proteína etc. Aprendi alguma coisa? Nadica de nada! Hoje, no entanto, eu tenho prazer em pesquisar sobre o assunto...e aprendo!

Eu não tenho formação acadêmica em pedagogia, portanto, não sei se um método tão ousado se adaptaria bem ao nosso país, tendo em vista que vivemos realidades diferentes. De qualquer modo, eu sou muito mais simpática à ideia de despertar a curiosidade na criança, do que impô-la uma informação. A gente precisa se preparar todos os dias para caminharmos com as nossas próprias pernas, né não? Por que não desde pequeninos?

É isso!

Um abração!

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