Desde pequeno, Thiago sempre foi calado. Pra ele, bastava uma TV, mais nada. Mas comigo era só risada. Chegava lá em casa e perguntava pra mamãe, "vó, cadê a doida?" (a doida, no caso, era eu, pq eu vivia fazendo palhaçada com ele e pra ele).
Ele não abria mão de me chamar de tia e eu não abria mão do título!
Nós tínhamos uma brincadeira, dentre tantas, que era o seguinte: Eu perguntava a ele: Thiago, quem é a tia mais legal, mais simpática, mais maravilhosa... (e falava um monte de adjetivos) Ao final da minha fala, ele respondia: Tia Adriana! (No caso, a tia dele por parte de mãe) E caía na gargalhada. Ele adorava fazer essa brincadeira comigo. Às vezes, eu sentia que ele ficava esperando eu fazer essa pergunta, portanto, a fazia quase sempre!
A gente escutou muito Claudinho & Buchecha no som do meu quarto.
Um dia eu perguntei a ele: Thiago, se eu gravar O Exorcista você vem ver comigo? Eu gravei e ele cumpriu a promessa. Claro que eu passei a maior parte do filme virando a cara e ele dizendo, 'pode olhar agora, tia'! Ainda assim passei uns 6 meses sem dormir e ele rindo da minha cara.
Thiago terminou os estudos aqui em Friburgo e foi para Cabo Frio, para onde a sua mãe havia se mudado. Acabou entrando para a Marinha Mercante (Uhuuuuuuu!!!!). Formou família e tornou-se pai!
Na última quinta-feira, 17 de dezembro, a meio irmãzinha dele me ligou. Como era dia do aniversário dela, eu julguei que ela havia me ligado para lembrar da data. Infelizmente, não foi esse o motivo da ligação, mas sim que Thiago havia partido! Thiago? Meu amigão, meu sobrinho, meu gordinho havia partido? Meu Deus!
Enfim, eu agradeço ao Thiago por ter sido sua tia e por ele ter sido uma pessoa tão especial e tão querida a todos os que tiveram a oportunidade de conviver com ele.
Até um dia, meu querido! Titia vai ter sempre você no coração!
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